Bolsonaristas voltam às ruas em defesa da anistia aos condenados de 8 de janeiro

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltaram às ruas nesta terça-feira (7) para pedir anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A concentração começou em frente à Biblioteca Nacional, no centro de Brasília, e seguiu em caminhada até o Congresso Nacional. O ato, convocado pelo pastor Silas Malafaia, reuniu nomes de peso do bolsonarismo, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o dirigente do partido Valdemar Costa Neto e Renato Bolsonaro, irmão do ex-presidente.

Sob forte calor e ao som de hinos evangélicos e palavras de ordem, manifestantes empunhavam bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos. Muitos vestiam camisetas com a frase “Anistia já” e carregavam cartazes pedindo “paz e justiça”.

A mobilização ocorre em resposta direta aos protestos organizados por movimentos de esquerda em 21 de setembro, que repudiaram a proposta de anistia e pediram a manutenção das punições aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes. Na ocasião, artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil se apresentaram em atos que, segundo parlamentares da base governista, ajudaram a esfriar o avanço da chamada “PEC da Blindagem”.

Malafaia convoca e reforça discurso

No carro de som, Malafaia voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo federal. “Não podemos deixar a esquerda com a última palavra naquela palhaçada de artistas que misturam tudo para enganar o povo. Então, no mínimo, vamos fazer a nossa caminhada”, disse o pastor, que esperava reunir cerca de 5 mil pessoas na Esplanada. Segundo ele, a estratégia foi marcar o ato em um dia útil, para demonstrar que o movimento tem engajamento mesmo sem o apoio logístico de um fim de semana. “Não é festa, é luta por justiça”, declarou.

A anistia se tornou o principal mote do bolsonarismo neste momento. Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar, foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo STF. Outros sete réus receberam penas que variam entre 2 e 26 anos. No total, cerca de 1.200 pessoas foram condenadas ou firmaram acordos com o Ministério Público Federal em decorrência dos ataques de 2023.

Dados da Corte, divulgados em agosto, apontam que 29 pessoas seguem presas preventivamente, 112 cumprem pena definitiva e 44 estão em prisão domiciliar. Apesar do discurso pela anistia, o projeto em discussão na Câmara, relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), trata apenas da redução de penas, e não do perdão total. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, defendeu que “a maneira de aprovar a anistia é colocar o povo na rua”.

Girão e Bia Kicis reforçam narrativa da “pacificação”

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) e a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) também manifestaram apoio ao ato. Em publicação conjunta nas redes sociais, Girão escreveu que o movimento é “uma questão de humanidade, e não de direita ou esquerda”.

“Para o país dar certo, a pacificação é urgente. Precisamos nos posicionar em favor da anistia para todos os presos do dia 8 de janeiro. Muitos estão sofrendo decisões desproporcionais e injustas”, afirmou o senador.

O parlamentar ainda comparou o perdão pedido agora ao concedido em 1979, durante o fim da ditadura militar. “Hoje, quem grita ‘sem anistia’ teve esse mesmo perdão quando cometeu barbaridades, e com armas, algo que jamais foi encontrado com os manifestantes em 2023. É preciso compaixão”, publicou Girão.

Ato remete a mobilização de maio

Essa não é a primeira vez que bolsonaristas ocupam a Esplanada com a mesma pauta. Em maio, uma caminhada semelhante contou com a presença do próprio Bolsonaro e reuniu cerca de 4 mil pessoas, segundo estimativa do Monitor do Debate Político do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e da ONG More in Common, com base em imagens aéreas.
A diferença agora é o contexto político: o ex-presidente cumpre prisão domiciliar, o Congresso discute uma proposta que pode aliviar penas, e a direita tenta manter viva a bandeira da “anistia ampla e irrestrita” como símbolo de resistência e de unidade do grupo.(com informações da Folhapress).

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