As mulheres que dão vida a CASACOR Brasília

À frente da CASACOR Brasília estão três nomes de destaque no cenário da arquitetura e decoração do Centro-Oeste: Sheila Podestá, Eliane Martins e Moema Leão. As três foram convidadas do JBr Talks – edição especial na reta final da 33ª edição da mostra, que foi realizada na emblemática Casa do Candango, na 603 Sul. Em formato de podcast, a iniciativa do Jornal de Brasília reuniu figuras que ajudam a compor a identidade visual da capital.

Durante a gravação do JBr Talks especial Casa Cor 2025, o arquiteto e professor Marcelo Teixeira estreou como apresentador do podcast, entrevistando as participantes ao conduzir a conversa sobre arquitetura, memória e futuro. Moema Leão, uma das participantes desse debate, é de Rio Verde (GO), tem formação em História da Arte e decoração. Ela é reconhecida pelo trabalho beneficente, empreendedorismo e atuação no mercado de antiguidades e design. Além disso, foi premiada internacionalmente pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A arquiteta Sheila Podestá também é de Rio Verde. Formada pela PUC Goiás, desde 1989 ela tem um escritório em sociedade com Eliane Martins. Eliane, por sua vez, é pós-graduada em Design de Interiores pelo Istituto Europeo di Design, em Milão. Com décadas de experiência, as três comandam a CASACOR Brasília desde 2001, consolidando o evento como referência em inovação e valorização do talento local.

O bate-papo com as três organizadoras da mostra girou em torno da escolha da icônica instituição que acolhe crianças em situação de vulnerabilidade como sede da edição deste ano. Abandonado há mais de uma década, o edifício da Casa do Candango foi resgatado pela equipe para este ano e o próximo. “O que mais nos atraiu foi a localização estratégica. Ele é um prédio muito bem localizado na cidade. Quando recebemos o convite, dissemos na hora: vamos lá. A Casa do Candango tem tudo a ver com o propósito do projeto”, destacou Eliana.

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Foto: Amanda Karolyne/Jornal de Brasília

Na gravação, as responsáveis pela exibição deste ano concordaram que as maiores transformações surgem justamente a partir das ruínas dos espaços escolhidos para as edições da CASACOR. “Quando entramos em um espaço, nós fazemos muita intervenção nele”, comentou Eliana. Para elas, é importante ter mais liberdade para modificar o local e poder entregar um ambiente verdadeiramente significativo. A ideia, segundo elas, é não apenas renovar o lugar, mas ressignificá-lo, ao construir um projeto com uma identidade única que converse com o público e com o propósito do evento.

Quanto aos desafios ao longo das edições, Eliana acredita que grande parte deles está em tentar melhorar a partir das críticas — as quais considera serem bem-vindas. Ela lembra que cada projeto tem seu limite, e que eles são o motivo do sucesso de cada edição. Moema acrescentou que, dentro do possível, elas sempre procuram se reinventar, porque as pessoas querem encontrar naquele projeto quais as inovações do mercado. “A gente precisa estar sempre atenta”, frisou.

Mais do que uma mostra de arquitetura e design, a CASACOR Brasília se consolidou como um evento oficial e essencial na agenda cultural da cidade. “É um evento tão importante da área que não tem nada igual”, destacou Moema. Para as organizadoras, o evento cumpre um papel fundamental de formação e acesso, especialmente ao abrir espaço para os jovens profissionais e estudantes. As palestras, oficinas, apresentações musicais e outras ações promovidas ao longo da edição foram destacadas como pontos altos deste ano. “Tudo é uma somatória. Fizemos várias palestras com os alunos da periferia, falando sobre a arte, então isso foi um ganho muito grande.”

Eliana também destacou no podcast que, com as oficinas, o evento ganhou mais um papel importante, ao dar a oportunidade para as pessoas se identificarem com o lado mais artístico e cultural delas. Esse é um projeto embrionário que está em fase de crescimento entre as edições da mostra. “As pessoas amam. No primeiro ano da oficina, nós pensávamos: será que vai ter gente?”, lembrou. Já nos cursos oferecidos neste ano, Eliana contou que as inscrições deram “overbooking”, ou seja, foram tantas que não deu para quem quis. “E assim, nós vamos vendo o crescimento do projeto”, completou. Sheila também acredita que essas iniciativas, junto com a parte musical da exibição, fazem os visitantes se sentirem confortáveis.

O tema central da mostra este ano foi “semear sonhos”, e durante a gravação do JBr Talks, Sheila afirmou que esse foi um conceito que foi construído na própria alma da mostra. “Ele é até uma síntese desses últimos anos de evento”, contou Moema. Para ela, a CASACOR nunca foi tão democrática e tão ampla quanto nesta edição, que acabou no último domingo.

Para a edição de 2026, Eliana destacou que a única certeza é que elas precisam passar para os visitantes a sensação de que as pessoas estão no mesmo lugar, mas percebem que foi feito algo diferente. “Igual da edição passada não pode, só a fachada vai ficar igual”, completou.

Ao fazer um balanço da edição, ao final do podcast, Sheila afirmou à equipe do JBr que cada dia de evento foi encarado como uma entrega completa, garantindo que nenhuma proposta ficasse para trás. A próxima edição continua na Casa do Candango, mas, sobre o futuro, Sheila foi cautelosa ao responder: “Agora é o momento de respirar, avaliar o que pode crescer e melhorar. É isso que irá transformar os planos em futuro”.

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