Durante anos, Ana Alice Fonseca precisou aplicar, quatro vezes por semana, um medicamento na veia do filho Ian, de apenas seis anos, para controlar a hemofilia, doença genética que provoca hemorragias mesmo em ferimentos leves. A rotina exigia atenção constante e muita coragem. Essa realidade mudou quando Ian passou a receber o Emicizumabe, um dos tratamentos mais modernos contra a hemofilia, fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O novo medicamento reduziu significativamente os episódios de sangramento e trouxe mais segurança e qualidade de vida à criança e à família.
“Isso vai trazer autonomia e liberdade para essas crianças e suas famílias”, disse Ana Alice, durante o lançamento do programa nacional de ampliação da distribuição do Emicizumabe, realizado nesta sexta-feira (24), na sede do Hemocentro do Distrito Federal.
Mais de mil crianças no país serão beneficiadas com a expansão do uso para crianças de até 6 anos. O Emicizumabe foi incorporado ao SUS em 2023 e já estava disponível para adultos na rede pública.
Com o Emicizumabe, as aplicações são mais fáceis, do tipo subcutânea, e menos frequentes, passando de uma vez por mês a uma vez por semana. “Não estou aqui apenas pelo meu filho, estou aqui por todas as outras mães, pois elas são as cuidadoras”, completou Ana Alice.
O secretário de Saúde do Distrito Federal, Juracy Lacerda, destacou o lado humano da ampliação de oferta do Emicizumabe. “Essas crianças vão ter uma infância”. De acordo com o gestor, além de facilitar o tratamento, estudos mostraram uma redução de mais de 77% de sangramentos entre os pacientes que recebem o medicamento.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou o impacto positivo da medida. “Vai ser um avanço muito importante para as crianças e famílias”, disse.
Com informações da Agência Brasília