A administração de Donald Trump nos Estados Unidos tem adotado uma estratégia que vai além das universidades, abrangendo uma ampla gama de instituições e setores. Segundo análise do professor Andre Pagliarini, da Universidade Estadual da Louisiana, Trump parece estar promovendo uma espécie de revolução cultural no país.
De acordo com Pagliarini, o foco de Trump não é uma oposição à academia em si, mas sim um desejo de controlar esferas de poder que estejam fora de seu alcance pessoal. “O Trump pessoalmente quer ditar termos para as universidades”, afirma o professor.
Pagliarini sugere que essa abordagem de Trump representa uma mudança significativa na forma de governar, com potenciais impactos de longo prazo nas instituições americanas e na própria estrutura democrática do país.
O cenário de incerteza criado por essa abordagem tem afetado significativamente as universidades americanas. Pagliarini cita como exemplo um aporte federal de US$ 160 milhões de dólares concedido à Universidade Estadual da Louisiana em janeiro de 2024 para estudos sobre transição energética. Um ano depois, o futuro dessa verba permanece incerto.
“Ninguém sabe direito se vai vir, quando que vai vir ou não vai”, explica o professor, destacando que essa situação reflete a estratégia de “governar pela incerteza” adotada por Trump.
Além das universidades
A influência de Trump se estende para além do ensino superior. O professor menciona que o republicano tem buscado impor sua vontade pessoal em diversas instituições, incluindo o Kennedy Center, uma importante instituição cultural em Washington.
Essa tendência de controle pessoal sobre instituições paralelas tem gerado preocupação não apenas no meio acadêmico, mas em diversos setores da sociedade americana. “A estratégia de Trump parece ser criar um ambiente de incerteza generalizada, no qual ele se sente mais confortável para governar”, finaliza.
