Expectativa dos consumidores e lojistas para a Black Friday

Com o ano chegando ao fim, as comemorações e datas comerciais mais aguardadas se aproximam, como a Black Friday, ocasião em que o comércio costuma oferecer promoções para a compra antecipada de presentes de Natal. Em 2025, a Black Friday está marcada para o dia 28 de novembro. O Jornal de Brasília conversou com um economista para trazer dicas aos consumidores e também ouviu lojistas sobre a expectativa para o evento.

Faltando quase um mês para a ocasião, algumas lojas já estão com campanhas promocionais nos sites. A tradição veio dos Estados Unidos, e diferente deste país, a Black Friday no Brasil começou como um evento exclusivamente digital, mas que foi aderido pelos comerciantes de forma presencial e hoje do pequeno ao grande lojista, todo o comércio participa. 

A gerente da loja de calçados infantis Bibi Brasília, Rozana Sampaio Araújo, tem a expectativa de vender bastante nesta data comercial. “A gente já está se preparando, com alguns produtos que ainda vamos colocar em oferta”, disse. Ela observa que o público procura comprar nesse período promocional. “Tem alguns clientes que ficam só esperando isso. Muitos clientes já vêm procurando e pesquisando os preços”, afirmou. Rozana destacou que o consumidor costuma perguntar os valores e se vai ter algum desconto perto da data. “Nós costumamos colocar os produtos com 50%, mas são peças selecionadas. Mas o mais comum é ter produtos com 30% de desconto”, comentou.

Carlos Eduardo Matarazzo, promotor de vendas e vendedor responsável pela unidade da Rio Essence no Conjunto Nacional, afirmou que a expectativa para a Black Friday todo ano é alta, por trazer a sensação de aumento das vendas e maior movimentação. Ao mesmo tempo, considera preocupante o quanto o consumidor prioriza a data, já que, desde o início da cultura da Black Friday no Brasil, percebeu uma queda nas vendas de Natal. “Porque todo mundo compra no Black e o Natal vai embora e a gente fica vendo aviões. A gente tem que inventar outras ferramentas, trabalhar de outras formas para gerar vendas para que o Natal não passe batido também”, destacou. Para a Black Friday, a loja costuma ter um plano de marketing com cronograma de vendas e promoções, que ainda não começaram. “Estamos trabalhando para fazer um movimento bom na Black Friday. E se Deus quiser, um bom Natal também”, frisou.

Bruno Eduardo Ritter, sócio-diretor de marketing da marca de estilo urbano Ramp, que possui dez unidades nos principais shoppings da capital, percebe uma antecipação incomum neste ano, com o Natal se sobrepondo à Black Friday. “O Natal está espremendo a gente antes da Black Friday. Os shoppings mesmo já estão entrando com decoração natalina na semana que vem”, comentou. Para ele, a Black Friday perdeu protagonismo, reflexo de como o evento é realizado no Brasil. Ainda assim, a marca segue apostando na data. “Mesmo assim, nós sempre entramos na Black Friday. A gente nunca fica de fora e o nosso cliente já espera algumas datas sazonais que a gente tem de ofertas especiais e essa é uma delas”, acrescentou.

Bruno pontuou que os consumidores sabem quanto que realmente custa o produto, pois eles já pesquisaram muito tempo antes de comprar. “Nós gostamos de ser muito justos com o nosso cliente e trabalhamos sempre uma margem que pode ser favorável para eles”, explicou. Ele ainda comentou que a concorrência é muito forte, principalmente online onde as marcas conseguem trabalhar com margens muito maiores. “O público hoje em dia, principalmente o nosso, é muito comprador da internet. Então a gente vem de uma forma agressiva também com os descontos, para deixar o nosso público com a gente, onde ele pode pegar o produto, experimentar e ter todo um atendimento diferenciado”, finalizou.

Consumidores atentos

Passeando pelo Conjunto Nacional na última terça-feira, Lívia Beatriz Sena Neves, gerente de loja, 27 anos, estava à procura de algumas roupas para o esposo, assim como algumas coisas do quarto da filha dela, a Clarice. Ela e o marido já estão pesquisando os preços de alguns itens para adquirir na Black Friday. “Estamos esperando e olhando os preços dos ar-condicionados para ver se tem alguma coisa que compensa”, disse.

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Livia Beatriz Sena Neves 
foto : Amanda Karolyne

Precavida, Lívia afirmou que tem o costume de acompanhar os valores dos produtos desejados antes do dia da Black Friday. “Até costumo olhar em lojas online também, depois nas lojas presenciais, para ver como é que estão os preços, depois olhar de novo na internet e comparar até decidir onde ou se vale a pena fazer a compra. Ela e o marido são comerciantes e também acabam pensando na Black Friday pelos dois lados, de quem vende e também de quem está consumindo. “A gente gosta de dar um desconto muito bom. Mantemos o preço e quando chega perto da data, a gente dá um descontão mesmo para o cliente.”

A professora e técnica de enfermagem, Vanderlúcia Maria da Silva, 41 anos, estava pesquisando o preço dos fogões no Conjunto Nacional. “Estou me preparando para a Black Friday e aproveitando para ver se já tem alguma promoção”, contou. Ela fica sempre atenta aos preços, mas acredita que nessa data comercial dá sim para encontrar produtos bons e com um preço bacana. “Vale a pena esperar a data chegar para comprar o que queremos, enquanto isso vamos pesquisando. Sempre tem alguma coisa que a gente está planejando comprar há algum tempo e quando chega essa época, conseguimos uma promoção.” Além do fogão, Vanderlúcia também está procurando roupas para a filha pequena, Isabela, de 2 anos e 6 meses.

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Vanderlúcia Maria da Silva e a filha Isabela 

foto:
Amanda Karolyne

Dicas do economista

Para a equipe de reportagem do JBr, o economista Newton Marques deu algumas recomendações sobre a Black Friday. Segundo ele, o consumidor tem que avaliar se está realmente em condição de comprar, pois muitas pessoas se deixam levar pelo momento e não fazem um planejamento adequado. Segundo Marques, “é preciso ver se a pessoa realmente tem condições de fazer esse planejamento para poder ver se tem dinheiro para comprar. Porque tem tanta propaganda que você acaba sendo atraído para isso”, afirmou.

Depois de avaliar se está mesmo apto a realizar a compra, Newton destaca que o consumidor deve observar e pesquisar como estavam os preços anteriormente, comparando com os valores praticados nos dias ou no próprio dia chamado Black Friday. Segundo ele, “às vezes, essas promoções acabam confundindo muito o consumidor. Porque dizem: ‘Olha, esse produto vale R$100, mas eu vou vender por R$80’, só que o produto já tinha aumentado para R$100”, citou.

Ele também comentou que campanhas promocionais do tipo “compre três e pague um” fazem as pessoas se sentirem atraídas sem necessidade, muitas vezes. Ele recomenda precaução nesses casos, ressaltando que é importante verificar se o preço é realmente vantajoso e se a pessoa tem condições de pagar. “Porque, se deixar, a propaganda massacra o consumidor”, afirmou.

Além disso, ele alertou que, se a pessoa está com problemas ou dívidas financeiras, não adianta o preço estar baixo. Como dica, ele sugeriu usar a regra dos três “sim’s”: a pessoa que vai fazer a compra, caso tenha feito um planejamento adequado, deve esconder três dedos atrás da perna e, ao ver um produto, fazer as seguintes perguntas: “Eu tenho necessidade de comprar isso? Eu tenho dinheiro para comprar isso? Tem que ser agora?”. A cada “sim” dado, recolhe-se um dedo, e, ao ver quantos dedos sobraram, a pessoa pode decidir se deve ou não realizar a compra.

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