Os furtos de cabos de iluminação pública no Distrito Federal já superaram 86 quilômetros ao longo de 2025, uma extensão suficiente para ligar Santa Maria a Formosa (GO) ou cobrir mais de 800 campos do Estádio Mané Garrincha enfileirados. O índice acende um alerta sobre os impactos desse tipo de crime na qualidade de vida, mobilidade e infraestrutura da capital federal.
As ações criminosas ocorrem a qualquer hora e atingem vias movimentadas, áreas residenciais e locais de relevância simbólica e turística. Cada ocorrência exige que a CEB Iluminação Pública e Serviços (CEB IPes) substitua os cabos furtados, muitas vezes reconstruindo trechos da rede, trocando luminárias danificadas e reestruturando circuitos. O esforço aumenta custos, retarda serviços de manutenção e deixa regiões já afetadas mais vulneráveis.
A Asa Norte, especialmente as quadras 700, segue como principal alvo. Para reduzir os furtos, a CEB IPes contratou uma empresa especializada para reforçar com solda as janelas de inspeção que dão acesso à fiação subterrânea, dificultando a abertura clandestina. Paralelamente, as equipes regulares mantêm os serviços de rotina. Outras medidas incluem a substituição de postes por braços na rede elétrica e a troca de cabos de cobre por alumínio, menos atraente para receptadores.
Mesmo assim, casos de vandalismo continuam. A Catedral Metropolitana de Brasília teve refletores arrancados e jogados no espelho d’água, apesar de sua fiação já estar em alumínio. Na Esplanada, equipes estão reconstruindo o circuito do entorno do Museu Nacional após o furto de mais de 500 metros de cabos subterrâneos. Somente com iluminação pública, o prejuízo no DF ultrapassa R$ 1,6 milhão. O desafio se agrava devido à extensa rede subterrânea da cidade, que preserva o visual urbano, mas facilita acessos clandestinos e aumenta o tempo de reparo.
A gravidade do problema levou à sanção da Lei nº 15.181/2025, que endurece penas para furto, roubo e receptação de cabos elétricos. As punições variam de 2 a 8 anos de prisão para furto qualificado, de 6 a 12 anos para roubo e podem chegar a 16 anos em casos de receptação qualificada. A Polícia Civil do DF conduz investigações e já identificou ao menos uma quadrilha especializada, divulgando imagens dos suspeitos. Denúncias podem ser feitas pelo telefone 190 e informações anônimas pelo 197. O registro de boletins de ocorrência é essencial para mapear áreas afetadas e direcionar operações.
Com informações da CEB IPes