Herdeiros políticos entram para a disputa eleitoral no DF buscando construir sua própria história

A pouco menos de um ano das eleições, sobrenomes importantes da política distrital começam a aparecer, não com os tradicionais personagens, mas com seus filhos e netos. A prática mais comum em outras unidades da Federação não é exatamente uma novidade no Distrito Federal, porém, agora, conta com neófitos, digamos, de “pedigree”. 

Enquanto pela Região Nordeste famílias como a Sarney, Lira, Collor, Mello, Campos, Arraes, Gomes, Calheiros, entre outras, se perpetuam no poder, no Centro-Oeste, Caiado, Perillo, Roriz, já têm expertise no quesito urnas. Entretanto, novos “possíveis” candidatos começam a colocar seus nomes — e sobrenomes — à disposição do eleitorado brasiliense.

Aqui no Distrito Federal, porém, a frase de ordem é “independência para seguir seu próprio caminho”. Mesmo diante do peso familiar, a nova geração de políticos locais espera ter carreira a parte do que seus familiares fizeram ou fazem no cenário local e nacional. 

Atualmente, o nome que mais chama a atenção usa o segundo sobrenome do pai: Barros. João Paulo Barros é o segundo filho do governador Ibaneis Rocha, e aos 20 anos anunciou sua filiação ao MDB. Ainda não há notícias sobre qual será seu destino eleitoral, mas João Paulo Barros pode ser um player já nestas eleições para o cargo de deputado distrital.

João, desde cedo, tem participado da vida política do pai, como mostram postagens nas redes sociais de ambos, incluindo ações próprias em comunidades pelo DF.

“A decisão de entrar na política foi uma coisa muito natural, na verdade, desde muito pequeno. Quando meu pai entrou na política, eu tinha 12 para 13 anos. Desde antes disso, eu já tinha interesse e curiosidade, pelo menos, por assim dizer, em entender o mundo da política. Acabou se tornando uma coisa muito natural, porque meu pai nunca foi político antes. Eu fui aprendendo a conviver e com o meu amadurecimento, pode se dizer, que foi moldado pela política”, afirma João Paulo.

Barros destaca que sua participação não deve se restringir ao campo eleitoral. Para o filho de Ibaneis há uma necessidade de que as novas gerações participem, mas que elas cheguem próximas à população e ouça suas demandas. “Eu sinto às vezes que falta um pouco essa renovação, mas assim como no âmbito nacional inteiro. Você tem que revolucionar, correr atrás. Tem que olhar para o passado, pensar no presente e agir para o futuro.”

Você tem que revolucionar, correr atrás. Tem que olhar para o passado, pensar no presente e agir para o futuro

Sua própria história

O mais recente anúncio foi do herdeiro do Grupo OK, Luiz Eduardo Estevão. Neto dos ex-senadores Luiz Estevão e Raimundo Lira, o jovem ainda não teve anunciado o cargo a que vai se candidatar — possivelmente o de deputado distrital –, mas já tem partido: o PP (Progressistas) da vice-governadora e pré-candidata ao Governo do Distrito Federal Celina Leão. O nome de Luiz Eduardo era especulado há algum tempo, entretanto, ainda existiam dúvidas sobre a veracidade da informação.

“A decisão de entrar para a política foi inteiramente minha. Por vocação e seguindo meu coração. Com certeza, carrego orgulho da minha família, mas não carrego suas trajetórias como roteiro para a minha vida. Na verdade, muito pelo contrário, sempre fiz questão de construir minha própria história, com minhas ideias, meus valores e meu estilo”, afirmou Luiz Eduardo, que conta que o anúncio foi recebido com surpresa por seus familiares. “Deixei claro desde o início que quero trilhar um caminho independente, focado em manter compromisso com o novo, com os jovens e com o futuro de nossa amada Brasília.”

Ainda que tenha em sua família nomes importantes da recente e não tão recente história da política nacional e local, Luiz Eduardo rejeita o selo de herdeiro político da família. “A renovação política não depende de sobrenome, depende de vocação, e se algum dia a população em mim depositar a confiança e o privilégio de representá-los. O que a juventude traz hoje é justamente a coragem de propor, de questionar e de construir novos caminhos”, analisa. “Ser neto de figuras conhecidas não me define politicamente. O que me define são as escolhas que faço agora: trabalhar por um futuro melhor, participar e estar  junto  da realidade das pessoas. A renovação no DF passa por abrir espaço para quem tem novas ideias e novas práticas. O que eu represento, não é a continuação de uma história, mas sim, o início de outra”, completa.

“Eu tenho sim vontade de ocupar um cargo eletivo e de representar o DF com seriedade. Mas, neste momento, o foco é aprender, construir e estar próximo da população. Se a oportunidade surgir, estarei pronto”, abre o jogo.

luiz eduardo estevão
Luiz Eduardo Estevão

Eu tenho sim vontade de ocupar um cargo eletivo e de representar o DF com seriedade. (…) Se a oportunidade surgir, estarei pronto

Primeira família da política

Outro nome que vai às urnas, mas pela segunda vez, é André Kubitschek, bisneto do idealizador de Brasília, Juscelino Kubitschek e filho do ex-governador do DF e ex-senador Paulo Octávio. Na eleição passada, ele tentou se eleger como deputado federal. O provável caminho, agora, será o de distrital. Para isso, ele assumiu, recentemente, a Secretaria da Juventude do Distrito Federal, onde deverá ficar até abril do ano que vem, quando terá que se desincompatibilizar para concorrer.

Em sua primeira tentativa, ele teve pouco mais de 20 mil votos para a Câmara dos Deputados, pelo partido de seu pai, o PSD. Agora, ele busca atingir um novo público: os jovens. Apesar da envergadura de sua linhagem política, André não quer, nesse momento, falar sobre seu futuro eleitoral. Por meio de sua assessoria, o herdeiro da família mais antiga da política do Distrito Federal, afirmou estar focado em programas sérios para a juventude e não ser oportuno falar sobre o futuro político.

andré kubitschek
André Kubitschek

Prazos

As definições eleitorais devem começar já a partir de abril de 2026, quando, por exemplo, André Kubitschek deve deixar o cargo de secretário da Juventude do DF. Entretanto, o prazo para ter o nome nas urnas vai até a primeira semana de agosto do mesmo ano. 

Até lá, os jovens nomes deverão buscar fazer seus nomes conhecidos, para que não pereçam em sua primeira tentativa ou, ainda, queimem a largada tentando um cargo maior do que o que, neste momento, lhes cabe.

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