O Plenário da Câmara Legislativa aprovou, nesta terça-feira (25), o nome de Nelson Antônio de Souza para a presidência e Diretoria Executiva do Banco de Brasília (BRB). Souza por 16 a favor e seis contra. Mais cedo o executivo teve a indicação aprovada pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (ceof), após duas horas de questionamentos.
Souza assume o cargo em substituição de Paulo Henrique Costa, afastado pela Justiça e exonerado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), após a Operação Compliance Zero, que investiga a compra do Banco Master pela instituição.
Antes da aprovação, o líder do PT na CLDF, Chico Vigilante, pediu o adiamento, mas foi retrucado pelo líder do governo. “Não é possível de depois de várias horas, da oposição ter exaurido diversas perguntas, não votar a indicação hoje”, afirmou Hermeto.
Oposicionistas reforçaram, também, o pedido de apoio para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito do BRB (CPI do BRB), que conta com seis assinaturas, de um total de oito que ainda precisam ser colhidas.
Sabatina
Mais cedo, o futuro presidente do BRB foi questionado pelos membros da Ceof e contou sua trajetória até a sua indicação. De menor aprendiz a presidente da Caixa Econômica Federal.
Os parlamentares fizeram diversos questionamentos, em especial, sobre a situação do BRB, após a operação da Polícia Federal, que demonstrou irregularidades na compra do Banco Master.
“Como fiz com a Caixa, quarto maior banco público do mundo, sempre procurei trabalhar com órgãos de fiscalização. Ainda não estou no banco, ainda não tenho conhecimento do que está acontecendo, mas, assim que estiver dentro do banco vou buscar acompanhar, até pelo sigilo bancário”, respondeu Nelson, durante a sabatina.
O ex-presidente do Banco do Nordeste, Nelson Souza defendeu operações bancárias. “Quaisquer compras são comuns: a compra e venda, fusão, cisão. Se o banco, após análise de todos os seus indicadores, de ativos normais, possa ter liquidez, está em uma ação normal. Tem que estar dentro da regra do Banco Central. O que sei é o mesmo que vocês sabem pela imprensa. Mais para frente, sobre o Banco Master, podem me perguntar isso que saberei responder”, desviou o indicado, que prometeu um choque de gestão.
Programas
A deputada Jaqueline Silva (MDB) perguntou sobre como os programas, como Cartão Prato Cheio, Material Escolar, Transporte, Cartão uniforme, entre outros serão tratados, além de linhas de crédito para empresas que poderão fornecer serviços para esses programas.
“Os programas sociais são uma fortaleza do BRB. Não temos apenas que continuar, mas melhorar e fazer chegar a mais pessoas. No mundo, hoje, só se usa cartão, e isso é fundamental para a organização, atualização e modernização do próprio setor público. Esse é um motivo do BRB. O banco foi criado para isso”, devolveu.
Jaqueline lembrou, também, dos pequenos produtores rurais, que buscam o banco para buscar linhas de crédito. “Eu fui presidente do Banco do Nordeste e lá tínhamos uma linha de crédito para os pequenos produtores. Vamos analisar e fazer operações boas para os clientes e que não criem riscos ao banco”.
Metade do salário
Segundo o deputado Chico Vigilante (PT), o indicado do governo para a presidência do BRB, Nelson Souza, está deixando uma operadora de cartões de crédito nacional para assumir o cargo pela metade do salário que recebe atualmente. “Ele está aceitando uma missão para o sistema financeiro não quebrar.”
Amigos de muitos anos, Chico questionou ainda se o futuro presidente, após a realização das auditorias, estaria disposto a colaborar com a uma possível Comissão Parlamentar de Inquérito do BRB (CPI do BRB) – que atualmente tem apenas seis, das oito assinaturas que precisa para ser aberta.
Max Maciel (PSol) perguntou os motivos de Nelson aceitar a indicação agora, mas ter recusado em 2019. Ele afirmou que deixou de aceitar vários convites no mesmo período, mas que agora foi um pedido especial. “Me pediram para resolver um problema e eu sou um homem do mercado”.