Painel coletivo de grafiteiros do DF dá cara nova à passagem subterrânea da 103/104 Norte

No último mês, artistas grafiteiros de diversas regiões do Distrito Federal transformaram a passagem subterrânea da 103/104 Norte em um grande mural coletivo. Antes associada ao medo e ao abandono, a travessia agora exibe cores, luz e histórias que refletem a identidade dos pedestres que circulam diariamente pelo local. A revitalização incluiu reforma estrutural, instalação de câmeras e reforço na iluminação.

A iniciativa faz parte de um projeto de requalificação das passagens subterrâneas do Plano Piloto, que recebe investimento de mais de R$ 4 milhões. A ação é resultado de um acordo de cooperação técnica entre a Diretoria das Cidades da Novacap e a Secretaria de Segurança Pública do DF, com foco em melhorar a vivência urbana e ampliar a sensação de segurança.

A curadoria artística ficou a cargo do grafiteiro Elom Cordeiro, de Ceilândia, que convidou outros 15 artistas para compor o painel coletivo. O objetivo foi equilibrar a estética institucional com a liberdade criativa da arte urbana, transmitindo pertencimento e segurança. As entradas norte e sul receberam elementos inspirados nos azulejos de Athos Bulcão, conectando o visual moderno das intervenções à identidade arquitetônica de Brasília.

Cada um dos 382 metros de paredes foi assumido por um artista, que assinou seu trecho em homenagem à região administrativa onde vive. O painel reúne nomes como Scooby, Neco e Atax (Taguatinga); Lapixa e Karek (Sobradinho); Rivas (Sol Nascente); Guga (Asa Norte); Spek (P Norte); Drop, Du Santos, Síria, Scorpia e Camz (Ceilândia); e Naty (Recanto das Emas). As obras abordam desde cenas e personagens solicitados por pedestres, como As Meninas Superpoderosas, até representações da cena punk local e mensagens motivacionais.

A grafiteira Síria destacou que sua obra busca representar e proteger as mulheres. Em parceria com Spek, retratou uma figura feminina negra cercada por caligrafias que remetem à ancestralidade e ao brilho das mulheres negras na construção social do DF.

A mudança visual tem sido aprovada pelos moradores. Luís Barbosa, de 72 anos, morador da Asa Norte há quatro décadas, afirmou que o local se tornou mais limpo, bonito e seguro. Já a trabalhadora Domingas Dias, de Planaltina, relatou que antes evitava a travessia por causa da escuridão e da insegurança, mas agora utiliza o espaço quatro vezes por semana desde a instalação das novas câmeras e da revitalização.

A Novacap segue com intervenções em outras passagens subterrâneas. A da 107/108 Sul está em fase de reforma estrutural. A companhia reforça o pedido para que a população ajude a preservar os espaços revitalizados, evitando o descarte irregular de lixo e garantindo o uso adequado das áreas públicas.

Com informações da Novacap

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