PCDF desarticula esquema de corrupção e fraude no Detran-DF em megaoperação

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nas primeiras horas desta quinta-feira (6/11), uma grande operação para desarticular um esquema de corrupção e fraudes dentro do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF).

Cerca de 120 policiais civis participam da ação, que tem como alvos servidores públicos e empresários do setor automotivo. De acordo com as investigações, iniciadas há cerca de um ano, dois servidores do Detran são apontados como os principais articuladores do esquema. Eles liberavam Autorizações de Transferência de Propriedade de Veículo (ATPV-e) sem a conferência dos documentos exigidos, mediante pagamento de cerca de R$ 150 por processo.

Segundo a PCDF, centenas de transferências irregulares foram realizadas nos últimos quatro anos, beneficiando ao menos 36 empresários ligados a 15 empresas de compra e venda de veículos usados. Esses estabelecimentos atuavam como despachantes informais, oferecendo aos clientes a entrega de veículos “já transferidos”, sem necessidade de comparecimento ao Detran.

As diligências foram cumpridas em 13 regiões, entre elas Cidade do Automóvel, Taguatinga, Águas Claras, Vicente Pires, São Sebastião, Riacho Fundo I e II, Santa Maria, Ceilândia, Vila Planalto, Noroeste, Pedregal (GO) e Águas Lindas (GO).

Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, já haviam sido identificados processos de transferência realizados fora das dependências do órgão, o que levou ao afastamento cautelar dos servidores envolvidos.

Os investigadores também identificaram movimentações bancárias incompatíveis com a renda declarada dos servidores, com valores que chegaram a dez vezes o salário mensal. Há ainda indícios de lavagem de dinheiro e de uso irregular de senhas funcionais, compartilhadas com terceiros — inclusive familiares — para permitir o acesso indevido ao sistema interno do Detran.

Conforme apurado, o esquema funcionava de forma organizada: empresários e intermediários encaminhavam dados e documentos — alguns falsificados — aos servidores, que realizavam as transferências diretamente no sistema em troca de pagamento fixo por operação.

A Operação Wrong Way é resultado de um trabalho técnico e integrado de investigação, que envolveu cruzamento de dados administrativos, bancários e digitais, além da colheita de depoimentos de testemunhas e suspeitos ao longo de 12 meses.

Com base nas provas reunidas, a 18ª DP obteve na Justiça novos mandados de busca e apreensão, bem como medidas cautelares, incluindo a suspensão das funções públicas dos servidores investigados e o bloqueio de bens para garantir o ressarcimento dos prejuízos ao erário.

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