Tragédia em clínica de recuperação no Paranoá acende debate sobre saúde mental em plenário 

Tragédia em clínica de recuperação no Paranoá acende debate sobre saúde mental em plenário 

Um incêndio em clínica de recuperação de dependentes químicos, no Paranoá, deixou cinco mortos e 11 feridos no último dia 31. O caso foi alvo de manifestações de parlamentares durante a sessão da Câmara Legislativa, nesta terça-feira (2), e acendeu o debate sobre a situação da saúde mental no Distrito Federal.

A deputada Doutora Jane (MDB) prestou solidariedade às famílias das vítimas e informou ter protocolado um projeto de lei instituindo normas de segurança para o funcionamento dessas instituições terapêuticas. Segundo afirmou, a clínica “Liberte-se”, onde aconteceu a tragédia, funcionava sem licença, com janelas e portas gradeadas. A distrital pediu “tramitação célere para dar uma resposta que a sociedade precisa”.

A deputada Dayse Amarilio (PSB) avaliou que o ocorrido traz à tona a questão da saúde mental no DF. Ela citou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que associam uma maior incidência de transtornos mentais à vulnerabilidade social e cobrou mais capilaridade e orçamento para a atenção primária, bem como a realização de concurso público para psicólogo. “O último foi em 2014”, destacou.

Ao prestar solidariedade aos familiares das vítimas do incêndio, o deputado Fábio Felix (PSOL) cobrou um debate “franco e técnico” sobre o atendimento em saúde mental, especialmente no que diz respeito a álcool e drogas. “Temos uma série de instituições fazendo internações e que não têm competência e qualidade técnica para isso: faltam formação para os profissionais, equipes multidisciplinares e evidências cientificas para as intervenções”, argumentou. 

Ainda segundo Felix, muitas dessas entidades são financiadas com dinheiro público. “A ausência do Estado, dos CAPs e de uma rede de saúde mental previsível e qualificada faz com que haja o crescimento dessa rede alternativa”, apontou. E concluiu: “Que esse momento triste traga, no mínimo, essa reflexão e essa responsabilidade para o GDF”.

O deputado Gabriel Magno (PT) seguiu na mesma linha: “Essa política tem sido, muitas vezes, incentivada pelo próprio governo do DF”. Ele acrescentou: “O GDF atua contra a rede de atenção psicossocial; temos um hospital psiquiátrico que continua funcionando no DF. No Hospital São Vicente de Paula, duas pacientes morreram sob os cuidados do governo este ano”.

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